Dentro dos processos logísticos, o transporte de alimentos refrigerados merece um “capítulo a parte”. Isso ocorre porque todas as ações de armazenamento e deslocamento precisam ser feitas com base em um rígido controle de qualidade.
Além disso, estamos falando de uma pequena corrida contra o tempo, já que esses itens costumam ter validade reduzida e não podem sofrer com alterações de temperatura.
Isso tudo será tema deste artigo, onde iremos compartilhar com você informações sobre a importância do transporte de alimentos refrigerados, a legislação que envolve essa atividade e algumas dicas para ter sucesso neste processo.
Boa leitura!
Importância do transporte de alimentos refrigerados
Todo mundo já foi ao supermercado pelo menos uma vez na vida, certo?
Basta uma única passada por um estabelecimento como esse para perceber que boa parte dos alimentos que consumimos em nossa rotina precisam de refrigeramento constante.
Por exemplo, é o caso de:
- Carnes;
- Iogurtes;
- Frios;
- Queijos;
- Tipos de sucos;
- Verduras;
- Frutas.
Contudo, para que eles cheguem até o ponto de venda sem sofrer alterações é preciso que haja cuidados com armazenamento e transporte desde a fábrica até a prateleira do mercado.
Se isso não acontece, diversos problemas podem surgir, como a perda de mercadorias, ou algo muito pior: a contaminação do consumidor, que pode levar a severas restrições da justiça e pesadas indenizações.
Tanto os produtores quanto revendedores de alimentos resfriados precisam se preocupar com o transporte para que os produtos não se degradem ao longo do trajeto, acarretando nos prejuízos e problemas já mencionados.
E não se trata de um simples “cuidado adicional”, existem regras rígidas impostas pela Vigilância Sanitária e o Ministério da Saúde.
Veja mais sobre elas no próximo tópico!
Qual a legislação sobre esse tipo de transporte?
A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – possui diversas normas voltadas para o controle de qualidade dentro dos estabelecimentos que vendem alimentos (desde mercados até restaurantes).
Essas regras foram criadas para zelar pelo consumidor, evitando que eles tenham contato com alimentos degradados ou contaminados.
Eles podem desencadear problemas de saúde leves (como uma simples diarréia) até complicações mais severas, como a intoxicação alimentar e a salmonella.
As boas práticas estão regulamentadas em resoluções da ANVISA, como a RDC 216, que engloba uma série de cuidados para exposição, armazenamento, transporte e venda de alimentos crus, cozidos e resfriados.
São diversas regras e detalhes. Portanto, se você trabalha com transporte de alimentos refrigerados, vale clicar no link acima e conhecer cada um dos tópicos para evitar problemas.
Além de conferir a RDC 216, é importante conhecer outros dois documentos:
Contudo, só o conjunto de regras não é o suficiente para assegurar o cumprimento. Por isso, é comum que agentes da Vigilância Sanitária façam inspeções rotineiras em estabelecimentos, analisando como eles estão adequados às normas.
Junto com as inspeções de rotina, a ANVISA também oferece um canal de denúncia para que o consumidor informe sobre a existência de estabelecimentos que não cumprem as boas práticas e expõem seus consumidores a riscos.
Qual a temperatura correta no transporte de alimentos refrigerados?
De acordo com as normas da Vigilância Sanitária, é preciso respeitar um intervalo de temperatura, ou seja, durante o transporte de alimentos refrigerados, a temperatura não pode ser nem maior nem menor que a faixa recomendada pela ANVISA.
Segundo a RDC 216, nenhum alimento refrigerado deve ser transportado se a temperatura do ambiente de armazenamento (que geralmente é um container ou baú refrigerado) estiver acima de -4°C ou inferior a -10°C.
A outra faixa, destinada aos alimentos congelados, não pode ser maior que -12°C ou menor que -18°C.
Fica evidente que podem ocorrer mudanças de temperatura, desde que elas não ultrapassem essas faixas determinadas pela ANVISA.
Isso porque, uma vez que há descumprimento, os produtos sofrem alterações na sua composição, seja por excesso de calor ou frio.
Também é importante assegurar que esses índices sejam respeitados durante todo o trajeto, desde o embarque até o desembarque.
5 dicas para realizar um bom transporte de alimentos refrigerados
Agora que você já entendeu melhor sobre as regras e necessidades para o transporte de alimentos refrigerados, confira nossa lista com 5 dicas para que este processo seja feito com sucesso e sem prejuízos!
1. Analise o veículo de transporte
Os veículos envolvidos na logística de alimentos resfriados precisam ter um local de armazenamento com superfícies lisas, resistentes e sem a presença de produtos tóxicos, como tintas.
Também é recomendável que eles tenham prateleiras e caixas resfriadas para simplificar o transporte e a limpeza do local.
2. Confira se o termômetro do veículo está funcionando
Antes de começar o embarque de mercadorias, é importantíssimo verificar se o termômetro do veículo está calibrado e funcionando corretamente.
Sem esse indicador, fica muito difícil saber se a carga está armazenada sob a temperatura correta. E se isso acontecer, muitos prejuízos podem ocorrer.
3. Construa um processo rigoroso de higienização
Sempre que o veículo voltar de um frete, é importante que ele seja higienizado antes de partir para uma nova entrega.
Crie processos bem rígidos de limpeza e controle a execução deles para assegurar que as chances de contaminação sejam as menores possíveis.
4. Faça o pré-resfriamento do local de armazenamento
Se o caminhão tem um baú refrigerado ou vai levar um container refrigerado, é importante que o sistema de resfriamento seja ativado antes de alocar a carga.
Sabe quando você entra no carro que estava parado no sol e liga o ar condicionado? Leva um tempo até que a temperatura volte a ser agradável, concorda?
Só que você pode suportar esse tempo de estabilização sem tantos problemas, mas o mesmo não vai acontecer com um iogurte natural que não leva conservantes. Portanto, nunca se esqueça da etapa de pré-resfriamento da câmara fria.
5. Tenha um sistema de rastreamento no caminhão
Apesar de não ser capaz de fornecer informações sobre o resfriamento, um sistema de rastreamento permite analisar se:
- O trajeto está sendo feito corretamente;
- O motorista não está desligando o caminhão e expondo a carga aos riscos;
- O trajeto feito é o mais apropriado para o frete.
Além de oferecer dados para analisar como o frete foi feito, esse sistema oferece segurança em caso de furto do veículo (permitindo identificação do mesmo).
Tenha atenção no transporte de alimentos refrigerados!
O transporte de alimentos refrigerados é algo que precisa ser feito com muito cuidado e construído com base em bons processos logísticos.
Por isso, nunca deixe de pensar que descuidos nessa etapa podem ser fatais para o sucesso de uma empresa do ramo alimentícios.
E quando o assunto é logística, é claro que você pode contar com a Equipacenter.
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