Colheita de Milho: Melhor época de realizar + Dicas + Ferramentas essenciais
Que as condições climáticas impactam diretamente na cultura dos grãos, isso não é novidade para ninguém.
Porém, algumas dessas culturas necessitam de um cuidado especial, logo que são ainda mais sensíveis a tais condições.
Exemplo disso é a colheita do milho, assunto deste artigo, que carece de grande atenção quanto à umidade no momento de colheita.
Quer saber como evitar perdas e qual o momento e condição ideal para essa atividade?
Neste texto traremos informações que você precisa saber sobre a colheita do milho.
Você vai descobrir neste artigo:
Qual o ponto ideal e a época para a colheita do milho?
O milho é um grão ao qual o ponto ideal de colheita se dá pela umidade do mesmo.
Para isso, tal umidade precisa estar entre 18% e 25%, sendo necessária a secagem artificial posteriormente.
Existem alguns passos para se observar esse estado de colheita.
O primeiro é a coloração das folhas que, em geral, devem estar amareladas.
Vale destacar que essa é uma característica geral, porém, pela grande variedade e tipos de milho, essa característica pode variar de uma qualidade para outra, que podem permanecer com folhas verdes mesmo em estágio de maturação.
É preciso atenção a esse detalhe.
O segundo e mais importante passo é analisar a umidade do grão.
A técnica a ser utilizada nesse momento é observar a linha de leite, ou seja, a divisão entre a parte branca, mais macia e ligada ao sabugo, à ponta do grão, colorida e dura.
O ponto de maturação fisiológica é indicado pela maior presença da parte dura do grão e apresentação de pontos pretos no grão, além da menor presença da linha de leite.
É válido mencionar que a maturação fisiológica não representa que o grão está em níveis de umidade ideais para sua colheita.
Por exemplo, se mesmo maduro, acontecem chuvas na plantação, é necessário esperar o grão secar para realizar a colheita.
Porém, quanto mais tempo o milho permanece na plantação, mais exposto a variantes como chuvas, pragas e ventos ele estará, o que pode causar perdas.
Por isso, é indicado o uso da secagem artificial, o que evita a proliferação de fungos e bactérias no grão.
Levando em consideração as necessidades de cada tipo de milho, como também as grandes variações climáticas de cada região do país, é difícil mensurar uma época do ano precisa e propícia para o cultivo do grão.
Porém, de forma geral, os meses de setembro a novembro geralmente são destinados a plantações nas regiões sul, sudeste e centro-oeste. Já no período entre os meses de março e abril, a plantação de milho ocorre, comumente, nas regiões norte e nordeste.
Quais são os tipos de colheita do milho?
Existem dois tipos de colheita do milho, com características distintas: a manual e a mecanizada
Manual
Na colheita manual, o trabalho é realizado totalmente de forma braçal, ou seja, cada espiga é colhida à mão, diretamente do pé, ou recolhidas do chão.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 40% da colheita realizada no Brasil segue esse método.
A colheita manual garante maior redução de perdas no processo, porém, é realizada de forma tardia, logo que o produtor espera a secagem natural na própria planta, o que aumenta o tempo de exposição a fatores externos que podem resultar em perdas.
Mecanizada
Por sua vez, a colheita mecanizada é realizada por colheitadeiras que realizam todo o trabalho.
Apesar de ser um processo mais rápido, em comparação à colheita manual, e possibilitar a secagem artificial, esse processo apresenta uma perda muito maior, em um patamar de 8% a 10%, logo que as espigas do chão são totalmente descartadas nessa modalidade.
Para contornar tamanha perda, o caminho é a regulagem e manutenção das máquinas e da velocidade de corte, além do treinamento e capacitação dos operadores, o que impacta em perdas menores, em torno de 3% a 4%.
Como é feita a colheita do milho?
A partir do momento de maturação da lavoura, a colheita é realizada conforme a destinação do milho.
Aliás, o planejamento da destinação do grão é importante já na pré-semeadura, logo que minimiza imprevistos e garante maior controle de preço na negociação de vendas.
De modo geral, quando destinado à venda para cooperativas agrícolas, a umidade do grão recomendada é entre 16% e 18%, logo que é a faixa percentual que trará menos danos ao grão no momento da colheita.
Quando destinado à silagem, ou seja, à alimentação do gado, a umidade do grão necessita estar em 15% e a linha de leite em ⅓ do grão.
Na possibilidade de armazenamento e venda posterior, pela avaliação de ser mais vantajoso por conta do preço de venda atual do milho (que pode ser conferido neste link), a secagem é de extrema importância, seja realizada na própria lavoura, expostas às condições climáticas ou então na secagem artificial.
Esse processo garantirá o maior tempo de armazenamento do grão e evitará perdas.
A colheita do milho que vai para a silagem é diferente?
O milho é um dos grãos mais utilizados e recomendados para a silagem pelo seu alto valor energético oferecido do gado, além de oferecer diferenciais nutricionais, principalmente o carboidrato.
Sua composição, porém, também possui parte da própria planta, de 55% a 65% da massa seca da silagem.
Por isso é necessário estar atento aos níveis de fibra presente, logo que, se muito altos, também podem ser prejudiciais ao animal.
Ao se escolher a variedade para a produção a essa destinação, é importante levar em consideração a resistência ao acamamento, estabilidade de produção ao longo do ano, alta produtividade do grão e maior resistência e tolerância à doenças e pragas.
Como dito anteriormente, o ponto ideal de colheita é quando a linha de leite representar ⅓ da coloração do grão.
5 dicas para fazer uma boa colheita de milho e evitar perdas
1. Planeje a destinação do grão
Todo planejamento garante maior controle sobre possíveis variáveis incontroláveis, e não é diferente com a plantação de milho.
Por isso, é importante acompanhar o preço de venda da saca de cada região, bem como a possível quebra de safra.
Assim, é possível tomar melhores decisões e negociações no momento de venda, ou então, o armazenamento do mesmo para venda em melhores oportunidades.
2. Atente-se à umidade dos grãos
Já dissemos aqui, mas é sempre bom relembrar.
Se a umidade do milho não for observada, a probabilidade de perda da safra é enorme.
Além disso, atente-se também ao processo de armazenagem, caso for necessário, logo que isso implica em necessidades como secagem e local de armazenagem dos grãos, acompanhamento de possível deterioração do grão e energia gasta nesses processos.
3. Equipamentos bem regulados
Como comentamos, o processo de colheita mecanizada é o mais ágil, mas também o que mais gera perdas e a única forma de driblar esse problema é com a boa regulagem da colheitadeira.
Além disso, a velocidade de corte também impacta diretamente na qualidade do grão colhido. Por isso, verifique o manual de uso do equipamento e adeque às necessidades da plantação.
4. Verifique o trabalho terceirizado
Na falta de maquinário necessário, ou suficiente, é muito comum o produtor rural terceirizar o serviço.
Porém, é necessário estar atento ao trabalho realizado.
Diversas vezes, ao tentar otimizar o serviço, as máquinas não são reguladas da maneira correta, bem como a velocidade de corte e, como vimos, isso resulta em grandes perdas.
Por isso, acompanhe o trabalho realizado e, se possível, meça o rendimento das máquinas por meio de softwares. Assim, são gerados dados que são transformados em informações justas e claras do trabalho executado.
5. Balanceie o que mais compensa
O processo de secagem do milho na lavoura é muito utilizado pelos agricultores, logo que isso evita grandes gastos com a secagem artificial.
Porém, tal processo também apresenta riscos de perdas, colocando a plantação à exposição de variantes externas por mais tempo, o que pode resultar em perdas expressivas da safra.
Saber analisar os riscos é essencial nessa tomada de decisão, logo que impactarão diretamente no seu investimento na lavoura.
5 equipamentos que ajudam na colheita do milho
Para uma boa safra, além dos cuidados com a lavoura, também é preciso boas ferramentas que auxiliam na colheita e monitoramento do grão e do plantio.
1. GPS Agrícola
Com o GPS Agrícola, é possível fazer uma melhor gestão do trabalho realizado e insumos utilizados no cultivo e colheita do milho.
Com ele, é possível traçar uma rota de trabalho, evitando retrabalho e otimizando o serviço executado.
Duas excelentes opções de GPS Agrícola são o Farmpro PRO 7 e o Farmpro MAX 7, que oferecem ótimo custo benefício ao produtor rural.
Para esclarecer todas as dúvidas sobre as diferenças entre os modelos, preparamos um artigo especial explicando cada uma delas.
2. Quarteador de Cereais
Para quem trabalha com grãos, sabe o quão importante é a realização de análise de amostras para checagem da qualidade do produto.
Para isso, o quarteador de cereais é uma ferramenta obrigatória ao produtor rural, auxiliando no processo de dividir e reduzir amostras de grãos ou cereais.
3. Caladores
Também na linha de análise de amostras, após o ensacamento do grão, caladores são ferramentas importantíssimas nos processos de recebimento e armazenagem dos grãos.
4. Drone
Na linha da agricultura de precisão, os drones se dão à serventia do monitoramento de grandes plantações e análise do desenvolvimento das mesmas.
Com essas ferramentas, é possível identificar irregularidades na lavoura e tratar tais defasagens de forma mais personalizada.
5. Medidor de Umidade
E, claro, para um grão que necessita de tanto cuidado com a umidade, o medidor de umidade é um equipamento mais que obrigatório ao produtor de milho.
Além disso, essa ferramenta também oferece dados de peso hectolitro, peso na amostra e temperatura, ou seja, um equipamento completo.
Se ater à umidade é o segredo do bom cultivo do milho
Como dissemos no início, o milho é um grão ao qual requer um enorme cuidado em relação às condições climáticas.
O grande segredo, não tem como negar, é se ater à umidade. Ao controlar essa variável, o cultivo e venda do milho é algo certeiro e que garante retorno sobre o investimento.
Quer saber mais sobre o cultivo de outros grãos?
Então, acesse os artigos sobre colheita de soja e colheita de trigo, dois grãos também muito sensíveis ao clima. Vale a pena a leitura.