Embalagem na logística: tipos, cuidados e como escolher a ideal

Embalagem logística
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Quando pensamos na logística e seus processos, é comum dar atenção para atividades como armazenagem, controle de estoque e transporte de mercadorias. 

Contudo, existe um fator essencial para o sucesso das operações logísticas, mas que muitas vezes não é analisado com a profundidade que merece: o processo de embalamento.

A embalagem na logística é um fator que pode gerar impactos em diferentes áreas, desde os métodos de estocagem de produtos até a escolha dos modais de transporte e formas de compactação dos lotes para entrega. 

Neste artigo, vamos discutir um pouco sobre a importância das embalagens para o sucesso logístico, analisar alguns tipos de embalagens e quais as vantagens que cada uma delas oferece para sua empresa.

Boa leitura!

Qual a importância da embalagem na logística?

Para entender o protagonismo das embalagens na logística vamos usar algo do nosso dia a dia como exemplo: as caixas de ovos.

Elas são feitas com um formato único, próprio para manter o produto imóvel e evitar choques. Além de protegerem os ovos, elas conseguem se encaixar umas nas outras para montar pequenas pilhas, facilitando o armazenamento.

Agora, imagine se os ovos fossem vendidos em sacos, como os usados por vendedores de laranja. 

Muito provavelmente, uma grande quantidade de ovos quebrariam durante a armazenagem devido à movimentação dentro da embalagem. Bastaria um único movimento errado ao manejar o produto para perder boa parte do estoque.

E o transporte seria um desastre! O veículo teria que trafegar a uma velocidade baixíssima para evitar movimentação da carga e quebra dos ovos. 

Além disso, a quantidade transportada em cada frete teria que ser bem menor.

Com base neste exemplo, você conseguiu imaginar o tamanho do impacto negativo para a indústria granjeira caso houvesse a troca das embalagens?

Por isso não podemos analisar o processo de embalamento como algo secundário

Ele é capaz de impactar na velocidade do transporte, na forma como os produtores armazenam seus insumos e até mesmo na quantidade de carga que um único frete pode carregar. 

Escolher a embalagem certa pode gerar muitos benefícios, desde os mais direcionados à logística — como proteção e facilidade de transporte — até os mais focados nos resultados comerciais, como a capacidade de atração do consumidor no ponto de venda. 

3 principais tipos de embalagens na logística

Quando falamos em embalagens na logística, é preciso dividir essa análise em 3 grupos:

  1. Embalagens primárias;
  2. Embalagens secundárias;
  3. Embalagens terciárias.

A quantidade de processos de embalamento tem relação direta com o produto. Contudo, vamos explicar a seguir a definição de cada um desses grupos.

Embalagem primária

Trata-se do invólucro que entra em contato com o produto. Sua função essencial é de proteção, seja contra choques mecânicos ou para ampliar a vida útil de seu conteúdo. 

Como exemplo de embalagens primárias, podemos elencar:

  • Caixa de ovo;
  • Caixinha do leite;
  • Frasco de shampoo.

A escolha do material e formato da embalagem primária tem relação direta com o produto.

Uma mercadoria líquida como o leite fica muito mais protegida na caixa tetra pak do que no saquinho, por exemplo. 

Além disso, a estrutura mais resistente e que não sofre deformidades oferece facilidade para estocagem e transporte. 

Embalagem secundária

Aqui entram as embalagens que agrupam uma ou mais embalagens primárias. Sua principal função é a organização de lotes de produtos e facilitação do transporte e armazenagem.

Um excelente exemplo é a caixa com 12 litros de leite

Ela agrupa uma dúzia de embalagens primárias em um invólucro retangular que fica consistente o suficiente para ser empilhado sem causar danos ao produto. 

Outro exemplo interessante é a caixa dos comprimidos. A embalagem primária é a cartela, enquanto a secundária é o recipiente de papelão que carrega as cartelas junto à bula. 

Embalagem terciária

Esta embalagem tem como função agrupar diversas embalagens secundárias, o que facilita ainda mais o transporte e armazenagem

Isso permite concentrar diversas unidades de um produto em um único invólucro, o que facilita processos logísticos, como carga e descarga. 

Por exemplo, podemos usar um lote de comprimidos, como aqueles que são encaminhados às farmácias. 

Eles contêm diversas caixinhas, que por sua vez agem como embalagens secundárias e protegem as cartelas.

Agora que você entendeu os diferentes tipos de embalagens na logística, fica uma dica para não esquecer nunca mais como funciona essa lógica. 

Pense na Matrioska, aquela famosa boneca russa.

Ela contém uma outra boneca menor em seu interior, que por sua vez contém uma outra boneca ainda menor dentro de si e assim por diante. 

5 materiais de embalagens e a relação com o setor logístico

Transporte de embalagem

Como dito, a escolha do material das embalagens tem relação direta com o produto, com o custo final e com as estratégias de transporte e armazenamento. Separamos a seguir os principais materiais utilizados pelas indústrias.

Plástico

O plástico é um polímero químico muito versátil e amplamente utilizado pelo setor industrial. Ele pode ser usado para embalar desde produtos de limpeza até alimentos. 

Suas principais vantagens são

  • Resistência,
  • Leveza,
  • Maleabilidade,
  • Custo-benefício.

Junto a tudo isso, o plástico também pode ser reutilizado após processo de reciclagem.

Apesar de parecer uma escolha perfeita, é válido lembrar que o plástico é um dos vilões do meio ambiente. 

A primeira razão é sua matéria prima. Ele é um derivado do petróleo, que não é sustentável e possui processo de fabricação que emite poluentes.

O segundo fator negativo é o impacto ambiental do descarte.

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De acordo com a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em 2019 foram produzidas 460 milhões de toneladas de plástico, sendo que menos de 10% foi reciclado.

Estima-se que, desse total, 40% sejam embalagens plásticas. Ou seja, muitas delas são descartadas de forma inadequada e vão parar em florestas, praias e oceanos, ameaçando a fauna e a flora local. 

Papelão

O papelão é um material bem comum na indústria de embalagens. Assim como o plástico, ele também é bastante maleável e pode se adaptar a diferentes produtos, desde eletrodomésticos até alimentos. 

É comum ver o papelão sendo aplicado tanto como embalagem primária quanto secundária e terciária, principalmente porque ele pode ser confeccionado em diferentes tamanhos e possui um custo menor.

Como principal desvantagem, podemos destacar sua fragilidade. Ele não é tão resistente quanto o plástico e ainda sofre deformações em casos de excesso de umidade e calor.

Apesar de ter seus pontos fracos, o papelão está em alta. Uma pesquisa conduzida nos EUA apontou que muitos consumidores estão dando preferência para produtos embalados em papelão

Essa mudança de comportamento tem uma razão bem importante: a preocupação ambiental.

Isopor

O isopor é um polímero químico com alto potencial de isolamento térmico. Por conta dessa característica, é muito empregado para transporte de cargas refrigeradas e alimentos perecíveis.

Também vale o destaque para o papel de proteção. Ele se comporta como um absorvente de impacto e consegue proteger cargas delicadas, como copos de vidros ou componentes eletrônicos. 

É comum encontrar isopor dentro de caixas de produtos com a finalidade de proteção.

Isso porque ele consegue gerar uma camada protetora, mas sem aumentar muito o peso total da embalagem, o que é fator decisivo para o custo do frete.

Contudo, sua baixa maleabilidade é um ponto fraco. Apesar de suportar choques mecânicos leves, o isopor se quebra com facilidade quando tensionado.

Metal

Apesar de não ser muito utilizado devido ao peso, o metal ainda é muito popular na logística de equipamentos pesados

Por exemplo, quando são usadas embalagens quaternárias (quando embalagens terciárias são agrupadas dentro de um invólucro, como um container). 

Sua vantagem é a alta proteção, durabilidade e resistência ao impacto e deformação. A mesma embalagem de metal pode ser usada diversas vezes para transporte de cargas sem que ela perca suas características protetoras. 

Porém, não podemos esquecer que ferro pode ser corroído pela ação do tempo, custa bem mais caro que plástico e papelão e gera desafios de transporte devido ao peso. 

Vidro

O vidro é um material versátil, que pode ser moldado em diferentes formas e tem a capacidade de vedar um produto, evitando sua contaminação com agentes externos. 

Ele também é um material resistente às variações térmicas e tem impacto na valorização do produto diante do consumidor. 

Isso porque é possível construir embalagens de alto padrão estético (e ao mesmo tempo funcionais).

Contudo, os vidros se quebram até com impactos pequenos, o que representa um risco para empresas que pretendem trabalhar com margens de perda bem reduzidas. 

E vale lembrar que quanto mais resistente for o vidro, mais caro ele é. Portanto, é comum que produtos embalados em vidro sejam mais caros

Como exemplo, basta analisar o molho de tomate vendido em sachês de plástico com os molhos comercializados em vidro. 

Geralmente, os molhos com embalagem de vidro miram um público-alvo de maior poder aquisitivo, disposto a pagar mais por um produto premium, com embalagem premium. 

Por fim, vale destacar que o vidro é capaz de preservar certos alimentos de forma a contribuir para sua palatabilidade junto ao consumidor. O melhor exemplo são as cervejas e refrigerantes vendidos em garrafas de vidro.

Eles costumam ser referenciados pelos consumidores como versões superiores às vendidas em latas de alumínio e garrafas pet. 

Principais cuidados ao escolher embalagens

A escolha das embalagens, sejam elas primárias ou não, é fator decisivo para o sucesso comercial de um produto, seja por fatores logísticos ou pelo impacto junto aos consumidores.

Por conta disso, existem alguns pontos de atenção que precisam ser analisados ao escolher embalagens. São eles:

  • Custo-benefício: o valor das embalagens precisa ser compatível com o produto para evitar desbalanceamento do preço final, que impacta nas vendas;
  • Adaptação ao produto: lembra do exemplo da caixa de ovos? A adaptação faz a diferença para a logística e implica até na escolha dos consumidores;
  • Resistência: certos produtos vão exigir embalagens mais resistentes, seja por conta do peso ou por conta dos processos logísticos;
  • Peso: o peso de uma embalagem primária vai impactar no peso da secundária e assim por diante. O fator peso dificulta e encarece o transporte. Por isso, é preciso analisar esse detalhe ao escolher embalagens para logística.
  • Facilidade de transporte e armazenagem: o que fica mais fácil de acomodar em um baú de caminhão? 200 caixas quadradas ou 200 caixas ovais? O formato e o peso são fatores que impactam a facilidade de armazenamento e transporte, e por isso, devem ser analisados com atenção. 

Medidas ambientais para o descarte correto das embalagens

O impacto ambiental causado pelo descarte incorreto de embalagens é um assunto que não sai da pauta de ecologistas, ambientalistas e também das empresas que estão preocupadas em reduzir os danos que suas atividades causam. 

Essa preocupação não fica apenas no discurso

Já existem leis que visam regulamentar o descarte correto de embalagens, a fim de evitar que elas sejam jogadas em locais proibidos, como mangues, reservas ecológicas e oceanos. 

Uma das leis mais importantes neste tema é a Lei nº12.305/2010

Ela foi o marco inicial da criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, uma política pública que visa criar uma gestão integrada de resíduos, elencando responsáveis e processos mais adequados. 

Em linhas gerais, todos os agentes da cadeia produtiva são responsáveis pelos resíduos, desde o produtor até o fabricante das embalagens. 

Por isso, entre as responsabilidades desses participantes está o desenvolvimento de fluxos de descarte adequados para as embalagens.

Eles devem pensar não somente na logística de produção, mas também na chamada logística reversa. Veja a seguir como funciona essa lógica:

Gráfico ciclo da logística reversa
Fonte – ilogpr.com.br

Além das políticas públicas, marcas e pontos de vendas também podem se envolver em ações para promover o descarte inteligente de embalagens.

Algumas redes de drogarias, por exemplo, estimulam o descarte das cartelas (inclusive com remédios dentro) com pontos de coleta desse tipo de material. 

O mesmo ocorre com marcas, como a Natura, que oferece um programa de logística reversa que concede ao consumidor um produto em troca de 5 embalagens.

Embalagens como protagonistas na logística

As embalagens têm fator de protagonismo nas estratégias comerciais e logísticas de uma empresa.
Por isso, é um assunto que merece atenção por parte das marcas e empresas que atuam com as operações de transporte e armazenagem.

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