2024 foi um ano de recuperação para o setor agrícola global.
Apesar das dificuldades enfrentadas, como eventos climáticos severos, instabilidades econômicas e conflitos globais, houve aumento nas exportações agrícolas, com destaque para a diversificação de mercados e produtos.
Em meio a incertezas, a demanda internacional por commodities seguiu em alta, consolidando o setor, com alguns países se destacando ainda mais como potências nesse mercado.
Quer saber quem mais se deu bem em 2024?
Confira a lista dos 5 maiores exportadores agrícolas do mundo que preparamos para você.
Quais são os maiores exportadores agrícolas do mundo?
Sem mais delongas, separamos os cinco maiores exportadores de produtos do mundo segundo dados apresentados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura divulgados em 2024.
Importante mencionar que o ranking da OMC considera a União Europeia (UE), que é formada por 27 países. Portanto, seus resultados são a soma de todos os membros.
5. Canadá – U$ 88 bilhões
Para quem acompanha as atividades do mercado mundial de importações e exportações mundiais dos últimos anos, não é uma grande novidade ver o Canadá nesta lista.
O país vem em uma crescente nas atividades de comércio exterior nos últimos dez anos, sem projeção de desaceleração ou estagnação.
Menos de 2% da população do Canadá é formada por agricultores, e ainda assim eles conseguem alimentar uma população de mais de 30 milhões e exportar para mercados estrangeiros.
No Canadá, a agricultura abrange uma ampla variedade de produtos, incluindo cereais, frutas, vegetais, carne bovina, suína e aves.
O país é também um importante produtor e exportador de produtos florestais.
4. China – U$ 95 bilhões
A gigante China é a maior produtora e consumidora mundial de várias commodities agrícolas.
Com o crescimento da produção agrícola, o aumento dos padrões de vida e a evolução das políticas agrícolas, o país vem se galgando posições entre os exploradores mundiais do agro.
A China exporta uma grande variedade de produtos agrícolas, incluindo soja, milho, algodão, carne bovina, suína e de aves.
3. Brasil – U$ 157 bilhões
A nossa amada pátria é destaque no ranking dos países que mais exportam!
Não é de hoje que o Brasil vem se destacando no mercado de exportações de commodities e, mais do que isso, estamos entre os poucos países do mundo que têm o potencial de aumentar significativamente a área agrícola, bem como os rendimentos.
Só em 2024, o agronegócio representou mais de 22% do PIB do país e representou metade do total das exportações do Brasil.
Os principais produtos de exportação do agronegócio brasileiro são a soja e a carne bovina.
Veja também: Os 4 maiores exportadores de soja no Brasil
2. Estados Unidos – U$ 198 bilhões
Na segunda colocação geral (atrás da União Européia), mas o país que mais exporta no mundo são os Estados Unidos.
Pela sua extensão territorial continental, o país é também um dos grandes produtores agrícolas do mundo e, somado ao fato de ser uma das maiores economias, justifica-se o motivo de seu posicionamento como primeiro da lista.
Os Estados Unidos se destacam na exportação de commodities de soja, milho e trigo.
1. União Europeia – U$ 836 bilhões
A União Europeia (UE) e seus 27 países europeus, juntos, respondem por cerca de 15% das exportações agrícolas do mundo.
Os principais produtos agrícolas exportados pela Europa são o trigo, a cevada, o centeio, a batata, o azeite, o vinho, as frutas e os legumes.
Dentre os países da UE, a França é um dos destaques, voltada tanto para exportação como para consumo local.
O Brasil pode crescer ainda mais?
A resposta não é “sim”, mas, “com certeza!”
Para 2025, se o Brasil atingir a previsão de safra brasileira, o Ministério da Agricultura projeta exportações do agro na casa dos US$180 bilhões.
Os EUA, em contrapartida, devem ficar em US$169,5 bilhões.
E não devemos parar por aí.
O estudo “Brasil 2050: uma visão para a segurança alimentar global”, divulgado em 2024, coloca o Brasil no topo da lista dos celeiros do mundo com maior potencial de crescimento.
Isso se deve segundo à ampla variedade de commodities agrícolas que produzimos por aqui e que são essenciais para suprir a demanda global de alimentos.
“Devido à sua incrível dotação natural, seus setores avançados de agronegócio e pesquisa, sua estabilidade em um mundo instável e sua integração bem desenvolvida na agricultura global e nos mercados de alimentos, o Brasil é agora e continuará sendo uma potência agrícola líder e um parceiro crítico no enfrentamento da crise global de alimentos.”, escreveram os autores do estudo, Valentina Sader e Peter Engelke.
Porém, para se manter em crescimento de forma sustentável, nosso país terá de lidar com obstáculos como as mudanças climáticas e as interrupções geopolíticas, como, por exemplo, guerras e conflitos comerciais.
Alguns fatores são determinantes para que o Brasil siga crescendo no mercado agrícola global.
Um deles é o avanço tecnológico, incluindo biotecnologias, agricultura de precisão, robótica na fazenda e novas inovações e práticas (incluindo práticas agrícolas).
Além disso, nos destacamos em termos de investimento em capital humano qualificado e investimentos financeiros no agro.
Com tantos dados positivos para o setor, fica evidente que o agronegócio vai seguir na vanguarda, com práticas agrícolas inteligentes e, ao mesmo tempo, em que se adapta ao complicado cenário global.
Sim, a projeção é de aumento da atividade agrícola e de exportação, porém, há desafios para que os processos em torno da exportação de produtos, não só agrícolas, sejam ainda mais fluídos e significativos.
A seguir, separamos 5 desafios que precisam ser resolvidos para que a exportação brasileira cresça ainda mais.
5 desafios do Brasil na Exportação
Como vimos, já há projeções para o Brasil crescer ainda mais na exportação e rankear melhor nessa mesma lista nos próximos anos.
Porém, quais são os desafios que precisam ser superados para concretizar tal previsão?
Abaixo, listamos os principais. Confira:
1. Infraestrutura
No Brasil, há uma descentralização de poder quando o assunto é o comércio internacional.
A falta de unificação deste assunto em um órgão executivo faz com que diversos órgãos e secretarias atuem conforme a necessidade do assunto, como gestão, controle tributário, políticas internacionais e assim por diante.
Desta forma, inviabiliza a agilidade na execução das operações pela falta de infraestrutura adequada.
Um exemplo claro disto é a precariedade dos portos.
Diversas empresas entregam seus produtos no país, porém, os mesmos acabam tendo a entrega atrasada – ou até mesmo danificada – pela baixa qualidade destes lugares.
2. Documentação e burocracia da alfândega
Atualmente, há uma série de documentações e burocracias alfandegárias para as operações de exportação entre empresas.
É realmente uma grande lista de obrigações para efetivamente acontecer o comércio exterior, em partes, reflexo da descentralização de poder que citamos no tópico anterior.
A simplificação de tais exigências e burocracias facilitaria o fluxo de mercadorias de negócios fechados entre empresas brasileiras e de diversos outros países.
3. Legislação tributária e custos com transportes
Naturalmente, a legislação tributária gera muitas dúvidas em empresários e exportadores pela sua complexidade, além de apresentar alguns desafios.
Um deles é a alta carga tributária para a exportação.
Tal taxa dificulta a competitividade de produtos brasileiros no exterior, o que, por vezes, diminui o interesse ou inviabiliza seu comércio internacionalmente.
Além disso, antes mesmo de despachar a mercadoria para fora do país, há os custos internos na locomoção de produtos dentro do território nacional, como as taxas de portos.
Tudo isso soma-se ao custo final da venda internacional, sendo necessário realizar um grande planejamento de viabilidade, o que dificulta e atrasa (e muito) esse tipo de comércio.
4. Demora dos processos alfandegários
Além da burocracia em torno da alfandegagem, a demora na análise e liberação de produtos pela mesma faz com que o planejamento de comércio exterior seja ainda maior.
É preciso levar em consideração esse gap de tempo na hora de enviar um produto para fora do país o que, por si só, gera atrasos em todos os processos em torno da exportação.
5. Despadronização
Pelas questões levantadas até aqui, fica evidente que em todo o processo há uma grande despadronização de etapas.
Embora haja uma legislação nacional, pela existência de diversos órgãos e secretarias que cuidam das diferentes necessidades em torno do comércio exterior, há interpretações diferentes e não claras de como agir, surgindo diversos tipos de orientações a serem seguidas.
Por isso, para atender a todas as diferentes exigências, é necessário realizar um planejamento com muita antecedência e manter processos internos bem estruturados a fim de evitar dores de cabeça no decorrer do envio.
Há um grande desafio pela frente
Porém, sabemos que o Brasil tem um grande potencial para, nos próximos anos, nossa colocação no ranking de exportação esteja em patamares mais elevados.
E essa é uma perspectiva boa, logo que representa uma grande melhora na economia do país, significando mais empregos e poder de compra para toda a população.
Mas, agora que você já conhece os rankings de maiores exportadores agrícolas no mundo em 2024, e observando o cenário global, qual a sua aposta para 2025?
Deixe nos comentários qual é a sua análise!